quinta-feira, 11 de julho de 2013

Paciente promove quebra-quebra por falta de atendimento


                                           Flávia [de verde] se revolta com a deficiência da UPA (Fotos: Cássia Santana
Doméstica se revolta com falta de atendimento em UPA

A deficiência no atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco [Zona Sul] revoltou a mãe de uma paciente, que destruiu alguns bens daquela unidade de saúde no final da manhã desta quinta-feira, em Aracaju. A doméstica Flávia Tavares acompanhava a filha, uma adolescente que reclama de dores na cabeça e no corpo, além de ter sintomas de vômito, se desesperou com a demora no atendimento médico.

Apavorada, ela promoveu um verdadeiro quebra-quebra na unidade de saúde danificando uma porta, um bebedouro e outros equipamentos. À reportagem do Jornal dos Municípios a doméstica justificou seu desespero. “Tem três médicos aí no hospital que estão se recusando a atender os pacientes e minha filha está muito mal, com febre de 40, dor de cabeça e no corpo todo”, disse. “Tem que quebrar tudo mesmo e quero que eles assinem um termo de responsabilidade para eu tirar minha filha daqui”, observou.
Rádio Patrulha foi acionada
Na confusão, a direção da unidade expulsou um funcionário da UPA sob a justificativa de que ele estaria insultando pacientes a se rebelar. O funcionário, que não quer ser identificado, nega. Uma equipe da Rádio Patrulha foi acionada e os policiais entram em entendimento com a doméstica e a direção da unidade para que o atendimento fosse garantido. “Conversamos com as partes e entramos no consenso para que ela esperasse o atendimento”, contou o cabo Abner, comandante da guarnição [Leão 12], que compareceu à UPA.

O secretário adjunto da saúde de Aracaju, Petrônio Gomes, chegou ao local e fez intermediações para acalmar a mãe da paciente. Mas ele não conversou com a equipe do Jornal dos Municípios, que também não teve acesso às dependências da unidade.

Negativa de atendimento

Ouvidos pelo Portal Infonet, outros pacientes denunciam a falta de atendimento na unidade, destinado à prestação de serviços de urgência e emergência. “Aqui os pacientes estão passando mal e os médicos que estão aí não querem atender”, disse a doméstica Arlete Santos, que está buscando atendimento desde ontem naquela unidade de saúde. “Vim ontem e não tinha médico, hoje vim de novo e há três médicos aí dentro que não querem atender”, denuncia.

A paciente reclama de fortes dores no estômago, tontura e ânsia de vômito. Ela chegou à unidade acompanhada da irmã, Crislane Pereira, que presenciou a angústia de Flávia Tavares. “Só depois de toda a confusão, eles começaram a atender”, relata.

Portal Infonet conversou com alguns funcionários. Eles não se identificam, alegando que temem represálias, mas confirmam a deficiência no atendimento. Segundo os funcionários, diariamente ocorrem problemas naquela unidade por falta de atendimento à população. Os funcionários informaram que não há mais acolhimento e há médicos que realmente se recusaram a prestar o atendimento nesta quinta-feira, 11.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde nega a denúncia. De acordo com a assessoria, a doméstica teria se revoltado porque queria prioridade no atendimento. Mas, conforme a assessoria, a prioridade, no momento da confusão, estava voltada para um paciente que estava enfartando. A assessoria informou que há registro de Boletim de Ocorrência na Polícia Civil contra Flávia Tavares em função dos danos causados ao patrimônio público.

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