O secretário municipal de Comunicação e o adjunto da Prefeitura de
Rosário do Catete, Paulo Sousa e Orácio Oliveira, respectivamente, estão
proibidos de participar do programa “A Hora da Verdade”, apresentado
pelo radialista George Magalhães, na Megga FM. A emissora, que pertence
ao Sistema Atalaia de Comunicação, está arrendada ao empresário e
prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita Santos.
Como é de conhecimento público, Rosário e Capela travam na Justiça
uma disputa pelo ICMS da Vale. Em várias oportunidades durante o
programa, o prefeito Sukita fez duras críticas ao prefeito de Rosário,
Etelvino Barreto, inclusive colocando para fazer esse tipo de serviço, o
ex-prefeito e adversário político de Vino, Laércio Passos, e o vereador
de Capela, Alexandre Magalhães. Em uma dessas ocasiões, Laércio chegou a
dizer que preferia que esse recurso ficasse com Capela, que era melhor
administrada que seu município Rosário do Catete. No início da semana,
Alexandre Magalhães chegou a acusar Vino de fazer parte de uma trama,
junto com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Ulices Andrade,
para bloquear o ICMS de Capela e assim pagar uma dívida de uma empresa
prestadora de serviço ao município de Rosário, e que teria ligações
familiares com o conselheiro.
Diante das inúmeras tentativas em participar do referido programa, a
fim de esclarecer os fatos, os assessores de comunicação da Prefeitura
de Rosário do Catete foram ignorados pelo radialista e sua produção,
tanto por telefone como pessoalmente. Ao se cansarem de tanto aguardar o
retorno do apresentador, que havia prometido por diversas vezes ligar
para um dos assessores de imprensa, a fim de ouvir todos os lados, como
manda o Bom Jornalismo, na manhã da última terça-feira (19), os dois
secretários decidiram ir pessoalmente ao programa para dar as devidas
explicações.
“Para a nossa surpresa, ao chegarmos à emissora, fomos surpreendidos
pelo radialista, que afirmou haver uma determinação do prefeito Sukita
para abrir espaço apenas para o prefeito Etelvino, como se assessor de
imprensa não representasse o gestor público na área da comunicação,
assim como o advogado representa o prefeito na área jurídica. A atitude
do apresentador vai de encontro ao Código de Ética dos Jornalistas, que
orienta abrir o espaço para o contraditório, independente de quem esteja
representando a pessoa acusada. A postura adotada por este
‘profissional’ também vai de encontro à linha ética, independente e
transparente do Sistema Atalaia de Comunicação, uma marca de
credibilidade no Jornalismo de Sergipe”, afirma Paulo Sousa.
Hoje (22), novamente Sukita e Laércio Passos foram aos estúdios da
Megga FM, que teve ainda a participação por telefone do vereador
Alexandre Magalhães, para tecer comentários e críticas a Etelvino
Barreto, por conta de um embargo declaratório que a assessoria jurídica
do município ingressou no Judiciário contra uma decisão do STJ na última
terça-feira (19). O secretário adjunto Orácio Oliveira chegou a falar
com o produtor do programa Antero Alves, que disse, categoricamente, que
somente Vino poderia falar. Essa mesma afirmação foi feita no ar pelo
radialista George Magalhães, que repetiu, várias vezes, que apenas o
prefeito teria espaço para se defender.
Como os assessores de Comunicação de Rosário do Catete, que sempre
tiveram e têm espaços em toda a imprensa sergipana, estão sendo
impedidos de exercer seu trabalho na programação jornalística da Megga
FM, a Prefeitura de Rosário do Catete, através de sua assessoria
Jurídica, está tomando as providências cabíveis junto ao Poder
Judiciário, a fim de que o direito ao contraditório seja respeitado e os
responsáveis pelas calúnias sejam punidos de acordo com a lei. Também
estará comunicando à superintendência do Sistema Atalaia de Comunicação o
comportamento anti-jornalístico do apresentador e antiético do
responsável pelo arrendamento da emissora.