quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Esposa de ex-promotor de Justiça acusada de furtar R$ 15 mil de idosa

Promotores rejeitam caso por amizade com família da acusada. Vítima também é parente de promotor


A esposa de um promotor de Justiça aposentado de Sergipe foi indiciada por praticar estelionato. Marivalda Santos de Santana é acusada de ter furtado a carteira de uma idosa, a senhora Vanda Valoir, 79 anos, no Cinemark do Shopping Jardins, e de em menos de 24 horas ter gastado quase R$ 15 mil dos seus cartões de créditos em jóias, notebook, sapatos e empréstimos bancários. Marivalda teria supostamente tombado com a vítima e durante o pedido desculpas levou sua carteira. De acordo com a advogada da vítima, Dra. Yulmara Góis, embora a a dona Vanda seja também parente de promotor, o Dr. Fausto Valoir, da Promotoria da Educação do Ministério Público Estadual (MPE), sua cliente está encontrando dificuldades para dar continuidade com o processo, porque, devido a amizade com o marido da ré, nenhum promotor se coloca disposto a assumir o caso.

"O fato aconteceu em 26 de Julho de 2010, e o inquérito só foi enviado para a Justiça no dia 26 de Janeiro de 2011, mas de lá para cá todo o promotor que pega o processo se coloca como suspeito, por conta dos laços de amizade. Até porque todas as festas da Associação dos Promotores eram realizadas no sítio do casal (promotor aposentado e a acusada de estelionato)", afirmou a advogada, observando que os promotores estão amparados por lei, para se julgarem suspeitos em caso de proximidade com os envolvido no caso. Mas, ainda assim, ela já requereu da Procuradoria Geral do MPE a indicação de um promotor que seja isento.

Segundo a advogada, a esposa do ex-promotor, foi indiciada novamente, em Julho deste ano, pela prática de um crime semelhante em Maceió. No furto em Aracaju, Marivalda teria contado com uma comparsa, que assinou em nome de Vanda Valoir. "Temos provas das compras e da falsificação das assinaturas, e ainda temos vendedoras como testemunhas, como as da Loja Guadalupe, por exemplo, que identificaram as acusadas. Elas gastaram R$ 9.148 de um cartão, fora saques e empréstimos de mais de R$ 2mil cada um", garante a advogada.

Ela preferiu preservar o nome do promotor esposo da ré, ressaltando que ele não é suspeito de envolvimento com o caso, mas afirmou que sempre que a acusada é chama à delegacia ele a acompanha e ali declara que é ex-promotor.

O vereador Jailton Santana (PSC) que está acompanhando o caso disse que está se somando a vítima para reivindicar junto a Procuradoria a apresentação de um promotor para o caso.

Nossa reportagem tentou falar com o procurador geral, Dr. Orlando Rochadel, mas não obteve sucesso, provavelmente em virtude do feriado desta quarta-feira, dia 14, Dia do MPE. No entanto, a advogada Yumara afirma que o requerimento foi encaminhado há três dias, e o procurador já encaminhou o caso para a 4ª Promotoria Criminal. Já o promotor Fausto Valoir, sobrinho da vítima, também não foi encontrado para comentar a respeito.

"Vamos seguir com o caso, acreditando que na volta do recesso do MPE (dia 09) um promotor assumirá o caso e a acusada será julgada e condenada, pelos danos financeiros, morais, emocionais e físicos que causou a minha sogra (sua cliente). Porque depois desse crime ela sofreu dois infartos, entrou em depressão, sofreu uma queda que quebrou o fêmur, e hoje está com síndrome do pânico. Então estamos fazendo isso até por uma questão de utilidade pública, para que outros idosos sejam prevenidos de um caso como esse, porque existem muitos casos semelhantes, inclusive envolvendo uma dupla com as mesmas características dessas acusadas", comentou a advogada da vítima.

Da redação Universo Político.com

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