quarta-feira, 6 de julho de 2011

Famílias de galpões recebem carne estragada



As famílias que residem nos galpões das ruas Amapá e Espírito Santo, no bairro Siqueira Campos, tiveram uma surpresa no final da tarde desta quarta-feira, 6, quando as cestas básicas fornecidas pela Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides) chegaram: o charque estava estragado, exalando um odor insuportável, apesar de estar dentro da validade [28/09/11]. Como a entrega feita pelo fornecedor é acompanhada por uma equipe da Secretaria de Estado da Inclusão e Desenvolvimento Social (Seides), a carne foi recolhida imediatamente.

As reclamações foram gerais no galpão da rua Amapá. “A gente fica muito triste com esta situação, pois o Movimento [Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu)] trabalha em prol do resgate da dignidade das famílias e após quatro meses de atraso, as cestas chegam com a carne estragada. Nós estamos vendo que está dentro da validade, mas está sem refrigeração e com muito líquido dentro, mesmo com a informação de que foi embalada à vácuo, e devia estar tudo sequinho. Aqui as embalagens estão moles”, lamenta o dirigente do Motu, Silvaney de Jesus.

Carne jogada no piso do caminhão

“Quando as cestas chegaram foi uma alegria só, pois estamos aguardando há quatro meses sem receber. E quando começamos abrir os pacotes de charque sentimos o cheiro. Está tão forte, de podre mesmo, que mesmo com a embalagem fechada dá para sentir. Meu Deus do céu e é dinheiro público e cadê a Vigilância Sanitária?”, indaga Claudene Rodrigues, que mora no galpão da rua Amapá há três anos.

Providências

De acordo com a nutricionista da Seides, que estava no momento da entrega dos alimentos, o charque será devolvido ao fornecedor [Mercadão] para que o mesmo volte a fornecer a carne em condições adequadas de consumo. “As famílias da rua Espírito Santo se negaram a devolver a carne, dizendo que iam escaldar e nós não tivemos como pegar, mas aqui na rua Amapá, todas devolveram”, ressalta acrescentando que o fornecedor será notificado conforme as normas da licitação.

Silvaney lamenta ocorrido

Questionada pela reportagem do Portal Infonet, quanto ao condicionamento do charque, que estava jogada no piso do caminhão sem refrigeração, a nutricionista explicou: “A charque é uma carne salgada, que pode ficar sem refrigeração e a margarina, o fornecedor entrega gelada e o transporte é feito em poucos minutos até os galpões”.

Jamile Costa informou ainda que são beneficiadas com as cestas básicas, 72 famílias da rua Amapá e 22 famílias da rua Espírito Santo. “Cada cesta contém charque, arroz, feijão, açúcar, macarrão, leite em pó e margarina. Hoje (6), as famílias receberam duas cestas, cada uma porque a entrega estava atrasada, mas está sendo regularizada”, enfatiza.

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