As famílias que residem nos galpões das ruas Amapá e Espírito Santo, no bairro Siqueira Campos, tiveram uma surpresa no final da tarde desta quarta-feira, 6, quando as cestas básicas fornecidas pela Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides) chegaram: o charque estava estragado, exalando um odor insuportável, apesar de estar dentro da validade [28/09/11]. Como a entrega feita pelo fornecedor é acompanhada por uma equipe da Secretaria de Estado da Inclusão e Desenvolvimento Social (Seides), a carne foi recolhida imediatamente.
As reclamações foram gerais no galpão da rua Amapá. “A gente fica muito triste com esta situação, pois o Movimento [Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu)] trabalha em prol do resgate da dignidade das famílias e após quatro meses de atraso, as cestas chegam com a carne estragada. Nós estamos vendo que está dentro da validade, mas está sem refrigeração e com muito líquido dentro, mesmo com a informação de que foi embalada à vácuo, e devia estar tudo sequinho. Aqui as embalagens estão moles”, lamenta o dirigente do Motu, Silvaney de Jesus.
Carne jogada no piso do caminhão |
“Quando as cestas chegaram foi uma alegria só, pois estamos aguardando há quatro meses sem receber. E quando começamos abrir os pacotes de charque sentimos o cheiro. Está tão forte, de podre mesmo, que mesmo com a embalagem fechada dá para sentir. Meu Deus do céu e é dinheiro público e cadê a Vigilância Sanitária?”, indaga Claudene Rodrigues, que mora no galpão da rua Amapá há três anos.
Providências
De acordo com a nutricionista da Seides, que estava no momento da entrega dos alimentos, o charque será devolvido ao fornecedor [Mercadão] para que o mesmo volte a fornecer a carne em condições adequadas de consumo. “As famílias da rua Espírito Santo se negaram a devolver a carne, dizendo que iam escaldar e nós não tivemos como pegar, mas aqui na rua Amapá, todas devolveram”, ressalta acrescentando que o fornecedor será notificado conforme as normas da licitação.
Silvaney lamenta ocorrido |
Questionada pela reportagem do Portal Infonet, quanto ao condicionamento do charque, que estava jogada no piso do caminhão sem refrigeração, a nutricionista explicou: “A charque é uma carne salgada, que pode ficar sem refrigeração e a margarina, o fornecedor entrega gelada e o transporte é feito em poucos minutos até os galpões”.
Jamile Costa informou ainda que são beneficiadas com as cestas básicas, 72 famílias da rua Amapá e 22 famílias da rua Espírito Santo. “Cada cesta contém charque, arroz, feijão, açúcar, macarrão, leite em pó e margarina. Hoje (6), as famílias receberam duas cestas, cada uma porque a entrega estava atrasada, mas está sendo regularizada”, enfatiza.
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