quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lixão causa doenças em moradores


O lixão a céu aberto causa transtorno aos moradores

O aparecimento de moscas, muriçoca, ratos, baratas, cobras e o mau cheiro insuportável fazem parte do cotidiano de uma comunidade que há cerca de cinco meses convive com um lixão a céu aberto. Reunidos moradores do Residencial Nosso Lar, localizado no bairro Rosa Elze, em São Cristóvão, região metropolitana de Aracaju, afirmam que não suportam mais o descaso da administração municipal e prometem cobrar junto Ministério Público ações emergenciais para a regularização da coleta de lixo.

O lixão que fica na avenida Principal II fica a menos de um metro da residência de Edna Maria Silva. Moradora da localidade há quatro anos, a dona de casa relata o sofrimento. “Esse mau cheiro é insuportável, não temos gosto de almoçar porque esse cheiro é muito forte, fora que são muitas moscas. Troco a roupa de cama duas vezes ao dia porque os lençóis ficam sujos de fezes de moscas”, fala Edna que reclama da falta de iluminação em algumas ruas. “No final da avenida principal é tudo escuro. Chega a noite e ninguém pode ficar na porta”, diz.

Moradores na bronca com o descaso

Para Neide Mateus dos Santos que mora no residencial há cinco anos o problema prejudica diretamente a saúde dos moradores. “Crianças e adultos estão com problemas de pele, tem muita gente aqui que tem ferida por toda parte do corpo, tudo isso por causa dessa lixeira e o pior é que ninguém toma nenhuma providência”, conta a moradora que afirma que foi pedido uma caixa coletora para que o lixo fosse depositado, mas a solicitação foi negada.

Rozilda dos Santos Brito diz que com a falta da coleta os moradores são obrigados a queixar o lixo. “Tem muita gente que tem problema de respiração porque imagine esse lixão sendo queimado com esse mau cheiro, mas infelizmente não tem jeito porque não passa um carro de coleta aqui há muitos meses”, lamenta.

Pavimentação

Ruas sem pavimentação

Aos nove meses de gravidez, a estudante Brenda Maria do Nascimento diz que está aflita com a assistência na hora do parto. “Estou praticamente esperando meu filho, mas não sei como será porque a rua tem um buraco enorme e muita gente aqui chama uma ambulância e eles alegam que não conseguem entrar aqui”, relata Brenda. A queixa da grávida também é compartilhada.

“Isso aqui é uma vergonha, quando chove enche de água de lama e esgoto. Os esgotos são entupidos porque a coleta de lixo não existe. O pior são as condições das ruas, buracos por todo lado. Faz medo até um morador cair dentro”, teme Reginaldo Santos Bomfim.

O problema também foi constatado na avenida G1. A avenida de barro é motivo de muita reclamação, principalmente em períodos chuvosos. “Moro aqui há quatros anos e estamos realmente esquecidos. Essa avenida quando chove ninguém consegue sair de casa porque a lama toma conta de tudo. É uma vergonha morar assim”, critica Isa Leite.

Moradores apresentam problemas de saúde

Transporte

Além da falta de saneamento básico e de pavimentação das ruas, moradores estão na bronca com a falta de transporte na localidade. “Aqui tem uma avenida que sai direto no Eduardo Gomes e não sabemos por que ônibus não passa por aqui. Temos que caminhar 20 a 25 minutos para pegar um ônibus, isso é um absurdo”, questiona Maria Vilma do Nascimento.

Prefeitura

Sobre a falta de estrutura, o secretário de comunicação do município, Pedro Rocha, afirma que as obras não podem ser realizadas no período do inverno. De acordo com a prefeitura, a coleta de lixo na cidade é realizada com regularidade, mas admitiu o problema mostrado na matéria e disse que o fato será resolvido nos próximos dias.

O secretário de comunicação lembrou ainda que a cidade não possui caixas coletoras, porque o pedido de licitação não foi realizado e salientou que a atual administração tem feito esforços para resolver a demanda da população. Pedro Rocha esclareceu que a cidade depende de recursos próprios e que são muitos problemas. “Não são problemas que podem ser resolvidos em uma gestão, mas vai durar muitas gestões”, observa.

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