sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

João Alves diz que herdará dívidas astronômicas


Ao contrário do que tem declarado o atual prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), o prefeito eleito João Alves Filho (DEM) não vê possibilidade de receber uma prefeitura saneada. Ele avalia que as dívidas imediatas são elevadas e reclama da falta de transparência dos atuais gestores durante o processo de transição. “Nem todas as informações que nós quisemos, que nós pedimos, chegaram às nossas mãos”, revelou.

Esta falta de transparência, segundo João Alves, impediu que a equipe de transição avaliasse o montante do débito que os novos gestores herdarão a partir de primeiro de janeiro. O prefeito eleito garante que o débito não se limita aos atrasos dos repasses à Multiserv. “Se fosse só os oito milhões desta terceirizada, eu estaria felicíssimo. São dezenas e dezenas de milhões que estão atrasados”, garante. “Não conseguimos identificar o montante da dívida porque não conseguimos receber as informações durante a transição”, disse.

João Alves adverte que assumirá dívidas imediatas, que já estão comprometendo os serviços básicos das unidades de saúde e das escolas públicas, essencialmente. São débitos, na ótica de João Alves, que se unirão aos desafios para administrar a capital sergipana.

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Problemas que se ampliarão, segundo o prefeito eleito, em função das últimas medidas adotadas pelo atual prefeito Edvaldo Nogueira, ao conceder isenções fiscais a alguns segmentos empresariais. “Além da queda, o coice”, brincou. “Além da divida, foram cortadas receitas agora na virada do governo, foram dadas isenções fiscais para vários setores, o que dificultará muito a administração e a população sabe que o imposto que se paga é o que mantém a máquina”.

Mudanças

O prefeito eleito João Alves Filho anunciou parte do primeiro escalão na manhã desta sexta-feira, 28, com a promessa de concluir todo o processo na próxima segunda-feira, 31. Nesta sexta, foram anunciados onze secretários, mas ele garante que pretende administrar com uma estrutura que contará com pelo menos 15 secretarias.

Embora não tenha antecipado nomes, João Alves Filho informou que todos os nomes já foram consultados e não descarta a possibilidade de convocar vereadores para auxiliá-lo na administração direta, o que contemplaria a defensora pública Emília Correia, a primeira suplente da coligação na Câmara Municipal.


O prefeito eleito não esconde o desejo de ter Emília Correia na equipe administrativa, mas será algo a ser definido após consulta à Defensoria Pública. “O nome de Emília Correia enaltece qualquer governo, mas há um problema, que é uma questão de interpretação do código interno da Defensoria Pública”, explica. “Ficou bem claro que defensor público pode ser secretário de Estado, mas não ficou claro se pode ser secretário de capitais”.

A senadora Maria do Carmo também está cotada para a Assistência Social, mas ainda não há definição. “Aí é uma decisão dela”, diz. Mesmo não ocupando a pasta, a senadora terá grande influência na Assistência Social, com a possibilidade dela própria indicar o sucessor [ou sucessora] de Bosco Rollemberg. “Se ela [a senadora] não vir, ela vai ser a pessoa que vai mais influenciar, ela vai, normalmente, fazer as sugestões”, garante.

João Alves garante que não fará nada mirabolante e garante que não montará novas estruturas no primeiro escalão, apesas de anunciar a criação de pelo menos três novas pastas: as Secretarias Municipais de Indústria, Comércio e Turismo, a ser comandada por Walker Carvalho; Meio Ambiente, pelo promotor Eduardo Matos; e Infraestrutura, na qual a Empresa Municipal de Obras e Urbanismo (Emurb) será subordinada, que terá o engenheiro Luiz Durval no comando. “São apenas adequações, mas não aumentamos o número de secretarias”, diz.

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