quarta-feira, 14 de julho de 2010

Moradores do povoado São José não podem sair de casa


Há três meses sem poder voltar para sua casa, no Povoado São José, a dona de casa Josilene Oliveira dos Santos ainda aguarda alguma ação do poder público para sua situação, agravada pelo recente aumento da incidência de chuvas. Com sua residência ilhada pelo acúmulo de água, ela vive de aluguel em uma casa alugada ao custo mensal de R$ 250, onde vive com marido e seis filhos. A situação se repete, com maior ou menor intensidade, em outros pontos do povoado. A informação da Prefeitura de Aracaju é de que até amanhã uma equipe deve realizar obras para facilitar o escoamento de água no local.

Cansada de esperar por uma solução, Josilene já pensa no que pensava ser impossível. “Pelo jeito, eu vou ter que voltar para a minha casa, porque não tenho condições de pagar o aluguel. Nem ajuda financeira para continuar pagando esse valor eu estou conseguindo”, desabafou. Ela contou que teve o pedido de auxílio-moradia rejeitado após sua casa ter ficado debaixo d’água.

“Me disseram que o programa de aluguel da prefeitura era somente para as pessoas que ficaram abrigados nas escolas”, denunciou.

Apesar de já ter acionado diversas vezes os órgãos públicos responsáveis e não ter visto ações efetivas, a dona de casa disse que ainda mantém alguma esperança de ver sua situação melhorar. “Saí de casa porque as crianças não podiam ficar ali com toda aquela água e agora está tudo destruído. E o que eu mais peço agora é o direito de poder voltar para a minha casa.

Estou pedindo todo o tipo de ajuda, porque não tenho condições de reformar ou construir outra casa”, afirmou Josilene.

Em outras casas do povoado, é possível ver o acúmulo de água e limo na entrada das residências. Nas principais ruas, a água se acumula, dificultando a locomoção das pessoas colocando em risco a própria saúde. O servente de pedreiro Gervásio Rodrigues, que também reside no Povoado São José, reclama das más condições de acesso ao local. “As ruas estão alagadas. Aqui perto mora uma mulher com deficiência física que só consegue sair de casa se um carro vier buscar. E a água continua muito perto de entrar nas casas”, afirmou.

O assessor de comunicação da Emurb, Ademar Queiroz, afirmou que o órgão vai ao local ainda esta semana e disse que a prefeitura tem buscado uma solução permanente para a população que reside na Zona de Expansão de Aracaju. “Até a quinta-feira, a nossa equipe deve ir até o Povoado São José para realizar a abertura de valetas, o que vai facilitar o escoamento das águas. Desde o mês de abril, estamos mantendo duas equipes permanentes para a realização de obras na Zona de Expansão”, declarou.

Previsão

Uma frente fria semelhante à que atingiu os Estados de Alagoas e Pernambuco pode chegar ao litoral sergipano. A queda de temperatura e a elevação do nível do mar e das chuvas, sob influência da frente fria La Niña, estão sendo observadas. Por conta disso, os órgãos de defesa civil já se encontram em alerta para prováveis situações de risco.

Apesar de ainda não ter registrado nenhuma chamada até a manhã de ontem, a coordenação municipal da Defesa Civil já está em alerta para a possibilidade de futuros problemas causados pelas chuvas. “Deve-se evitar o contato com áreas de risco, por exemplo, estradas mal pavimentadas, árvores prestes a tombar ou casas localizadas em morros”, declarou Nicanor Moura, coordenador municipal da Defesa Civil. Em casos de risco aparente, o cidadão deve acionar a Defesa Civil através do telefone 190.

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