quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Artigo: João Alves e o velho discurso surrado e enganador, por Almeida Lima


João Alves e o velho discurso surrado e enganador
Por Almeida Lima, deputado federal
Poderia deixar passar sem fazer qualquer comentário, mas a responsabilidade que tenho como homem público me impõe fazer uma análise. Afinal, Aracaju é mais importante do que o silêncio a que me impus nesse momento. Por isso, não me pouparei em defender acidade da qual também fui prefeito. Aceito o debate aberto por João Alves, compreendendo que este é o momento mais oportuno para o debate de ideias na busca de soluções para os problemas da cidade e do povo de Aracaju, já que estamos distante das querelas e disputas eleitorais. Não me prestarei a discutir nomes de candidatos. O que eu quero e me proponho é discutir a problemática que a cidade está a sofrer. Analisar os métodos e a visão administrativa que cada partido ou político usa quando está a governar, e o comportamento ético e moral que todos tiveram no trato da coisa pública. Não devo e não vou calar. Se assim fizer estarei me omitindo e permitindo que se cometam mais agressões contra Aracaju, além das tantas já cometidas ao longo desses últimos 14 anos de gestão municipal, complementadas pela mediocridade das ações e das omissões danosas dos governadores de Sergipe dos últimos 28 anos. Vamos aos fatos: João Alves Filho concedeu entrevista ao jornalista Joedson Telles do Universo Político.com, e disse: “É meu dever. Hesitei, mas não posso mais me negar. Estou vendo Aracaju ser destruída. O meu nome está à disposição do DEM para ser o candidato a prefeito de Aracaju. Não vou garantir que sou eu o candidato. O partido é quem vai decidir.” Vejam: João Alves foi Prefeito de Aracaju, Ministro da República e Governador do Estado por três vezes. Ao todo foram 20 anos de exercício direto do poder. Portanto, João Alves teve muito poder executivo em suas mãos, muitas oportunidades, muito tempo e muitas condições para intervir positivamente em favor de Aracaju, e não o fez a contento. A verdade é que João Alves não teve foi competência; não teve vontade política; não teve visão urbanística moderna. Enfim, João Alves não teve responsabilidade social. João Alves jogou fora a oportunidade de 20 anos de exercício direto do poder. Omitiu-se bastante e, quando agiu, cometeu as intervenções mais danosas e desastradas que Aracaju bem conhece, até mesmo intervenções ecologicamente criminosas. Desta forma, não é honesto João Alves fazer o discurso ‘sentimental’ – essa xaropada que estamos acostumados a ouvir; essa coisa enfadonha, tediosa e repetitiva – de ter nascido em Aracaju e dizer “não posso mais me negar a ir para a disputa de prefeito porque estou vendo a minha Aracaju ser destruída”. É verdade que Aracaju está sendo destruída e depauperada. Mas é verdade também, que isso se deve não apenas aos últimos 14 anos de gestão medíocre da Prefeitura de Aracaju, mas se deve, sobretudo a João Alves prefeito, a João Alves governador e a João Alves Ministro. Repito: Agora não discutirei candidaturas. O momento não é para discutir nomes. O momento é para o debate de ideias. Aracaju precisa construir soluções. Esse é o debate que Aracaju precisa ter, precisa acompanhar e participar. Por isso, voltarei para continuar com esse debate.

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