sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Biocombustível: micro-usina funcionará em dezembro


Unidade terá o resíduo de óleo comestível como matéria-prima
Biocombustível: economia para o transporte alternativo
A partir do mês de dezembro, o sistema de transporte alternativo da rede intermunicipal será abastecido com biocombustível produzido a partir do resíduo de óleo vegetal usado em frituras de alimentos. A micro-usina já está em fase final de implantação no município de Itabaiana, com data de inauguração prevista para o próximo dia 30 na perspectiva de, efetivamente, entrar em operação no dia 19 de dezembro com capacidade para produzir 20 mil litros do produto.

O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira, 9, pelo presidente da Central de Cooperativas de Cooperativas de Transportes do Estado de Sergipe (Unicoopes), Edílson Tavares. A micro-usina funcionará em Itabaiana, mas as seis cooperativas que controlam o sistema de transporte alternativo no Estado se responsabilizarão para abrir pontos de abastecimento que serão instalados na capital e no interior do Estado.

Trata-se de um investimento avaliado em R$ 600 mil feito com recursos próprios, oriundos de doações feitas diretamente pelas seis cooperativas e por 330 cooperados, filiados à Unicoopes, segundo o presidente da entidade. A matéria-prima, neste caso os resíduos do óleo comestível usado em frituras, virá dos cerca de 200 pontos de coletas já instalados em 22 municípios sergipanos, entre os quais 32 se concentram em Aracaju.

Certamente, o número de pontos de coletas será bem maior, pelo menos é o que prevê Tavares. “Não visamos lucro. Se você tiver 600 ml de resíduo guardados em casa, nós iremos pegar”, garante Edilson Tavares. “Nossa ideia é criar pontos de coleta nos 75 municípios e as cooperativas do sistema alternativo de transporte coletivo facilitará a logística”, comenta o presidente da Unicoopes.

A micro-usina de Itabaiana começa a funcionar com a produção de 20 mil litros diários, mas terá capacidade para produzir até 90 mil litros de biocombustível. O número de empregos diretos a ser gerado é mínimo, conforme admitem os idealizadores, mas os benefícios são inúmeros.

“Se levar em consideração carga horária diária de oito horas, só serão gerados dois empregos diretos, mas o mais importante na geração de renda está na rede de coletores, composta por cerca de mil pessoas, que terá a possibilidade de cada um deles se tornar um microempresário individual”, considera o engenheiro agrônomo Ubaldino Dantas, assessor técnico da Unicoopes.

Benefícios

Outras iniciativas desta natureza já estão em pauta na Unicoopes, que tem a pretensão de instalar 12 unidades deste porte em outros municípios sergipanos. De acordo com informações do engenheiro, em Sergipe são consumidos cerca de 1 milhão de litros de óleo vegetal. “E deste volume só 30% vão para os alimentos, os 70% são jogados fora, trazendo problemas ambientais e entupindo a rede de esgotamento sanitário”, comenta o engenheiro. Ele revela que os dados foram obtidos na Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiov).

Com a iniciativa, acredita-se que, além dos benefícios que a iniciativa trará para o meio ambiente que deixará de receber um grande volume de resíduos do óleo comestível, os cooperados também serão beneficiados em termos econômicos. A produção do biocombustível mais barato. Mas, a tarifa do transporte não será alterada. “Nós não definimos tarifa, mas vamos lutar para manter a tarifa inalterada. Até porque estamos com mais de dez anos sem reajuste”, comenta o presidente da central de cooperativas Edílson Tavares. 

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