quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Rita Lee diz lamentar o episódio com os policiais


Após depoimento, ela ressalta querer voltar a fazer show em SE
Rita Lee: "Estou tranquila, confio na Justiça"(Fotos: Portal Infonet)
“Eu lamento o que aconteceu e espero voltar a Aracaju. Não em uma situação assim desagradável, mas para fazer show mesmo, para botar a rapaziada para cima, para pular e dançar. Eu estou tranquila, confio na Justiça, amo meus fãs e o povo de Sergipe. Vim depor com muita aflição porque nunca aconteceu isso, mas correu tudo bem”. A afirmação foi feita pela cantora Rita Lee após passar seis horas no 7º Juizado da Vara Cível, no Fórum do bairro Santa Maria, em Aracaju.
Rita Lee chegou ao Fórum por volta das 8h10 desta quinta-feira, 8, acompanhada de duas testemunhas [entre elas, a ex-senadora Heloísa Helena] e dos advogados, para prestar depoimento sobre o episódio que ocorreu em janeiro de 2012, quando houve o Projeto Verão na Barra dos Coqueiros. Na ocasião, Rita Lee foi encaminhada à delegacia acusada por desacatar policiais militares que faziam a segurança, chegando a usar termos como “cachorro” e “cavalo”.
Adolfo Diniz e Heloisa Helena Guardam início da audiência
A audiência foi presidida pela juíza substituta Andrea Caldas, da Comarca de Nossa Senhora do Socorro [a titular Marta Susana está há dois anos fazendo mestrado em Brasília]. Ela decidiu que apenas um policial militar seria ouvido, representando todos que entraram com ações pedindo indenizações. Mas poucas horas após iniciados os trabalhos, os advogados da cantora Rita Lee solicitaram que fossem ouvidos mais cinco policiais.
Proposta
Antes, os cinco advogados dos PMs saíram da audiência para discutir uma proposta apresentada na audiência, mas os militares não aceitaram. “A cantora disse que se retrataria, desde que os policiais assumissem que estavam se excedendo. A ação é indenizatória contra a cantora Rita Lee, que utilizou agressões verbais aos policiais que estavam escalados para trabalhar no show da Barra dos Coqueiros. Estamos pedindo o teto do juizado especial que é de R$ 24.880 para cada um dos 35 PMs”, explica o advogado Plínio Moraes.
Heloisa Helena foi uma das testemunhas(Fotos: Portal Infonet)
Como a proposta da retratação não foi aceita, a audiência teve continuidade e depois que os policiais foram ouvidos, a cantora [que se sentiu incomodada com a presença do PMs e solicitou que saíssem da sala] contou a sua versão à juíza e em seguida, a ex-senadora Heloísa Helena e mais uma testemunha foram ouvidas.
Ao final da audiência, o advogado Plínio Moraes voltou a falar com a imprensa. “Foram feitos alguns requerimentos para a juntada do vídeo da Secretaria da Cultura e a escala dos militares que estavam presentes naquela oportunidade. Vamos aguardar o resultado da sentença. Vai ser dado o visto a todas as partes, a todos os advogados e o processo volta concluso para a sentença. Foram ouvidos a ex-senadora, uma funcionária e como depoente, o marido da cantora”, afirma.
Plínio Moraes, advogado dos PMs
“Eles alegaram que os policiais usaram de truculência, usando cacetetes e provocaram a cantora fazendo gestos de prisão. O que houve na verdade, foi que a Polícia Militar estava fazendo o trabalho ostensivo, garantindo a ordem pública dos participantes do show, mas Rita Lee se sentiu incomodada com a presença deles”, destaca Plínio Moraes.
Reparos
Os mais de 120 policiais que trabalharam na segurança do show de Rita Lee foram comandados pelos coronéis Adolfo Diniz [que participou da audiência] e Enilson Aragão. “A minha expectativa é que o dano moral que eu sofri juntamente com os meus policiais seja pelo menos diminuído”, enfatiza o coronel Adolfo Diniz, atualmente chefe da 2ª Seção do Estado Maior.
Rita Lee durante depoimento
Vários policiais acompanharam o desenrolar da audiência do lado de fora. Um dos que foi ouvido pela juíza Andrea Caldas, Wilson Santana, disse aguardar que a justiça seja feita. “Nós fomos muito humilhados. A justiça tem que ser feita. Se fosse em outro país sério,  Rita Lee tinha saído algemada”, lamenta.
A ex-senadora Heloísa Helena disse que "se houve exageros por parte de Rita, foi menos do que a brutalidade e truculência dos policiais. Se não fosse, eu não estaria aqui".
Ações
A juíza resolveu unificar as três audiências, de conciliação, instrução e julgamento no 7º Juizado da Vara Cível. Além dessas
Policial Wilson: "Fomos humilhados"
ações, existem mais três contra a cantora, na 6ª Vara Cível, na 9ª Vara Cível e na 15ª Vara Cível. A ação criminal no Fórum da Barra dos Coqueiros. Foi uma ação de transação penal, onde a cantora se livrou do crime por meio de doações a uma instituição de caridade.
A defesa de Rita Lee é assinada pelos advogados de São Paulo, Carlos Sanseverino, Adailton Carlos Rodrigues, Daniella Gil Silva, Luis Alberto de Awazu, todos do Sanseverino Advogados Associados, e por dois advogados sergipanos. Eles apresentaram uma contestação com pedido de antecipação parcial dos efeitos de tutela.
No documento, oferecem R$ 40 mil para os policiais militares [R$ 1.500 para cada]. E destaca que “a conduta da requerida teve como única finalidade a preservação da integridade física dos expectadores que estavam pacificamente assistindo ao show, bem como a manutenção sem alterações da apresentação do espetáculo, cujo palco é o seu ambiente de trabalho”.
A juíza não quis se pronunciar alegando estar atrasada para levar o filho ao médico, mas a assessoria da magistrada acredita que a sentença deva sair em prazo de três, quatro dias.

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