quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Moradores do povoado Tabocas denunciam irregularidade do Aterro Sanitário


Manifestantes fecham BR e causam transtornos no trânsito

Moradores do povoado Tabocas, no município de Nossa Senhora do Socorro, interromperam os dois sentidos da BR 101, na altura do km 88, em protesto ao aterro sanitário que está sendo erguido naquela área já com licença ambiental emitida pela Administração do Meio Ambiente (Adema). Apesar do licenciamento limitar o lançamento de apenas resíduo da construção civil, os moradores denunciam o despejo de lixo naquela área. “Já estão jogando lixo aí há uns oito meses e já há mau cheiro e muitos mosquitos nas casas”, denuncia Manoel Messias Mota, membro da Associação dos Moradores do Povoado Taboca.

Muitas pessoas optaram por caminhar alguns trechos para chegar ao trabalho. O estoquista de uma fábrica de tecido, Jerry Sandro Souza Santos, desceu do transporte coletivo e, juntamente com outros colegas, seguiu a pé até o posto de trabalho do outro lado da barricada. “Já estamos atrasados”, informou. “Não tivemos alternativa e viemos a pé”.

No momento da manifestação, uma caçamba carregada de resíduos estacionou bem em frente à barricada erguida com galhos de árvores e foi orientado a retornar por policiais rodoviários federais. “Para evitar um conflito maior”, justificou o policial rodoviário Aldo Dantas.
Caçamba com dejetos: protestos
Os manifestantes apostaram que a caçamba também carregava lixo, mas o motorista [que não se identificou] negou. Os manifestantes exigiram, mas o motorista se recusou a retirar a lona que cobria a carga e retornou, em marcha ré.

Alguns manifestantes queriam esvaziar os pneus do veículo, mas foram contidos por outros líderes. “Não queremos baderna, não queremos quebra-quebra”, bradou o trabalhador autônomo Vagner Souza Santos.

A diretora técnica da Adema, Ana Tereza Paim de Almeida, informou que o licenciamento emitido pelo órgão se limita a permitir que a empresa crie a estrutura para a implantação do Polo de Gerenciamento de Resíduos, mas impede que o lixo seja jogado no local. É permitido apenas o lançamento de resíduo da construção civil e que a operação envolvendo o lixo só será permitida após vistoria da Adema a ser realizada depois que a estrutura for concluída de acordo com os padrões exigidos no licenciamento.
Jerry: caminhando para chegar ao posto de trabalho
Ana Tereza garante que os estudos técnicos indicam que a área indicada pela empresa está adequada para a instalação do Polo de Gerenciamento de Resíduo. A diretora informa ainda que, diante das denúncias dos moradores, a Adema realizará nova inspeção de rotina e, sendo identificado o lançamento de lixo no local, adotará as providências necessárias.

Vistoria técnica

A construção do aterro sanitário naquela região é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF). Os procuradores em Sergipe, segundo a assessoria de comunicação, solicitaram vistoria técnica do órgão, que foi realizada pela equipe de Brasília. Mas o laudo ainda não foi concluído. Como consequência, a investigação ainda não foi concluída e o MPF ainda não tem posição quanto à legalidade da obra.
Vagner: sem baderna e sem quebra-quebra
O secretário de comunicação social do município de Nossa Senhora do Socorro, Henrique Matos, informou que a questão já foi debatida em audiências públicas ocorridas no município, promovidas pelo MPF. Segundo o secretário, o prefeito Fábio Henrique se posicionou contrário ao aterro naquela área nas audiências públicas. A prefeitura, segundo Henrique Matos, não pode interferir já que a ação judicial deve ser movida pelo MPF. Segundo o secretário, há decisão judicial impedindo a interferência do município na questão.

A pista foi liberada por volta das 9h por decisão dos próprios manifestantes. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, os moradores começaram a dispersar assim que os jornalistas concluíram a cobertura no local. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi solicitada para fazer a limpeza da pista, que já foi liberada. O fluxo é lento devido ao grande congestionamento que se formou nos arredores em função do protesto dos moradores.

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