quarta-feira, 27 de junho de 2012

Suspeitas de crime eleitoral dizem que foram ameaçadas


Advogado informa que vai acionar MP e OAB para apurar o fato

Mulheres preferem não mostrar o rosto

Advogado, Leonardo Moura, afirma que entrará com representação na OAB e MP

As três mulheres que foram encaminhadas a 5ª Delegacia Metropolitana na última terça-feira, 26, suspeitas de crime eleitoral, retornaram na manhã desta quarta-feira, 27, para a mesma delegacia para prestar um Boletim de Ocorrência (B.O) contra funcionários da prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, alegando constrangimento e ameaças durante a abordagem e o depoimento na delegacia de polícia.

Durante entrevista ao JORNAL DOS MUNICÍPIOS , Ana Rute Matos de Carvalho, Sheila Santos Silva e Daisy Kelle Santana de Barros afirmaram que desconhecem que estivessem cometendo um crime e que foram abordadas por um funcionário da prefeitura de Socorro, que se identificou como policial.

“Ele chegou perto de mim e disse ‘você sabia que o que você está entregando é crime?’ eu disse não, porque não tinha nome de ninguém e todo mundo tem direito de expor o que sente. Ele disse que eu estava detida e mandou eu chamar as outras duas. Mandou nós três esperar e chamou o carro da polícia. Como o carro da polícia demorou a passar, ele chamou outro carro e falou que tínhamos que ir porque estávamos cometendo um crime”, relata Daisy Kelle Santana.

As mulheres relatam que, durante depoimento na delegacia, funcionários da Prefeitura de Socorro acompanharam tudo dentro da sala junto ao escrivão de polícia. “Teve uma hora que eu estava na sala conversando com o policial e um homem entrou e disse que era para eu confessar tudo que as minhas amigas que estavam do lado de fora já tinham confessado que nós estavamos trabalhando a mando de Augusto Bezerra”, diz Kelle.

OAB

O advogado das mulheres diz que entrará com representação na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no Ministério Público para que sejam apurados os crimes de tortura, ameaça e usurpação de uma função pública.

“As perguntas foram apresentadas sem a presença de um advogado, a autoridade policial competente não estava na delegacia e o depoimento foi tomado por um escrivão e muitas das perguntas que foram feitas a elas na verdade foram elaboradas pelas pessoas que são ligadas ao prefeito Fábio Henrique”, aponta o advogado Leonardo Moura.

Temporário

Sobre a contratação para a distribuição do panfleto apócrifo, as mulheres alegam que estavam realizando panfletagem para um salão de cabeleireiro, também na última terça-feira pela manhã, quando foram abordadas por um homem que ofereceu a quantia de R$ 20 para realizar a distribuição do panfleto. Elas salientam que não conheciam o homem que pediu para distribuir os papéis e que o único interesse era mesmo ganhar o dinheiro.

A equipe do JORNAL DOS MUNICÍPIOS,ouviu, por telefone, o secretário de comunicação de Nossa Senhora do Socorro, Henrique Matos, que negou todas as informações das mulheres. Henrique esclareceu que não se identifocou como policial e que, em nenhum momento, nenhum funcionário da prefeitura acompanhou o depoimento das três.

Socorro

Henrique disse que informou que o que elas estavam fazendo era crime eleitoral e que precisavam ir até a delegacia.
“Me identifiquei como jornalista e funcionário da prefeitura de Socorro e, com base no artigo 301, o que elas estavam fazendo era crime eleitoral. Não tive com elas durante o depoimento. Fiquei o tempo todo do lado de fora da delegacia. Eu estava na região quando recebi o panfleto e fui orientado pelo advogado a fotografar e filmar tudo. Enquanto esperava a polícia, chegou o carro deles com o marido de uma ex-vereadora que é a coordenadora de campanha do deputado Augusto Bezerra, mais o advogado Emanuel Lima que é genro do deputado”, acrescenta Matos afirmando que está tranquilo e que entrará com ação judicial contra o partido. “Tudo será feito nos moldes da Lei”, fala.

Deputado

O deputado Augusto Bezerra (DEM) garantiu na manhã desta quarta-feira, 27, que não contratou as garotas presas nesta terça-feira, 26, que estariam entregando panfletos denegrindo a imagem do prefeito Fábio Henrique.


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